Os óculos e a Leitura

 


Não se sabe quem inventou os óculos, mas se sabe que os primeiros registros de seu uso estão em textos do filosofo chinês Confúcio datados por volta do ano 500 A.C. embora as propriedades ampliadoras do vidro curvo fosse conhecidas desde 2000 A.C. acredita-se que os óculos citados por Confúcio não possuíam essas propriedades... Comumente, o filosofo Roger Bacon e o matemático Al Hazen são citados como inventores do óculos de grau... Historicamente o que se tem certeza, é que por volta de 1300, a produção de óculos já estava bem desenvolvida em Veneza, e a técnica de fabrica-los era mantida como segredo de estado. Se sabe também que os monges foram os primeiros a se beneficiar da inovação, permitindo que eles continuassem trabalhando na cópia de manuscritos mesmo em idade avançada...

A representação mais antiga que se conhece de um par de óculos está num retrato do cardeal Hugo de St. Cher usando um "óculos de rebite", preso ao nariz, feito pelo pintor Tommaso da Modena.


No final do século XV, os óculos já simbolizavam a capacidade de leitura. Em 1494, o poeta Sebastião Brant publicou um pequeno livro intitulado A nau dos Insensatos, esse livro possuía ilustrações do incrível Albrecht Dürer, que na época tinha apenas 22 anos... O sucesso do livro foi imenso. Ao abri-lo, o leitor dá de cara com a imagem de um homem cercado por livros, em seu escritório, este homem com um par óculos sobre o nariz é nominado por Brant como "o louco dos livros”. Portanto, o leitor seria o primeiro a subir na Nau dos Insensatos... esse conceito e a ilustração de Dürer definitivamente iconizavam imagem do leitor... Imagem que seria visualizada de forma trágica 482 anos depois no Camboja, durante o regime do sanguinário General Pol Pot... pessoas que usavam óculos eram simplesmente mortas, porque se supunha que podiam ler e, portanto, teriam acesso a informações que lhes levariam insensatamente a criticar o governo.